sábado, 12 de maio de 2012

De onde veio a fé do ladrão da cruz?



Sabemos que Jesus foi crucificado ao lado de 2 ladrões, para que se cumprissem as escrituras que diziam: “E com os malfeitores foi contado.” (Mc 15:28; Sl 22:16).

Também sabemos que Jesus se dirigiu a um dos malfeitores depois que este lhe fez um pedido dizendo: “Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino.” (Lc 23:42), ao que o Senhor lhe respondeu: “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso.” (Lc 23:43).

Analise agora comigo o seguinte fato. Um dos malfeitores que estava sendo crucificado com Jesus se dirigiu ao Senhor com ofensas ao passo que o malfeitor que estava a direita do Mestre o defendeu com suas palavras, veja o que diz o texto:

V. 39 “Um dos criminosos que ali estavam dependurados lançava-lhe insultos: "Você não é o Cristo? Salve-se a si mesmo e a nós! "

V. 40 Mas o outro criminoso o repreendeu, dizendo: "Você não teme a Deus, nem estando sob a mesma sentença?

V. 41 Nós estamos sendo punidos com justiça, porque estamos recebendo o que os nossos atos merecem. Mas este homem não cometeu nenhum mal". (Lc 23:39-41 NVI)

Em sua última frase do texto acima citado o malfeitor defende Jesus dizendo: “Mas este homem não cometeu nenhum mal.” Com isso eu pergunto: Como este homem sabia que Jesus não havia cometido nenhum mal? Como ele possuía tal conhecimento? Como este ladrão teve fé em Cristo? 

Uma coisa é certa, ele não poderia ter acreditado no Senhor se antes não tivesse ouvido o evangelho, pois a bíblia é clara quando diz que: “a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus.” (Rm 10:17). Não podemos acreditar naquilo que nunca ouvimos ou conhecemos: “Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? e como crerão naquele de quem não ouviram?...” Rm 10:14

Com isso posso argumentar que em algum momento do ministério de Jesus, em alguma de suas várias pregações, esse ladrão estava no meio de alguma multidão ouvindo a mensagem do reino através de Cristo. Quem sabe no sermão da montanha? Onde havia uma grande multidão o ouvindo. E foi pelo fato de ter ele ouvido uma vez o evangelho através de nosso Senhor que ele pode obter a fé necessária para crer no Senhorio de Cristo.

A bíblia diz que grande multidão seguia a Cristo, pois viam os sinais que ele operava sobre os enfermos (Jo 6:2). Por isso não cometo heresia quando digo que este ladrão pode inclusive ter sido um dos vários seguidores que acompanhavam Jesus em seu ministério e que por algum motivo deixou de segui-lo.

Seria impossível o malfeitor da cruz acreditar na Realeza de Cristo se em algum momento da vida ele não tivesse tido esse encontro com a mensagem do reino, visto que a fé vem pelo ouvir a palavra (Rm 10:17), e que outra palavra poderia trazer ao homem tão grande convencimento da majestade de Cristo senão aquela trazida pelo próprio Senhor da Glória?

Concluo este texto dizendo que o malfeitor arrependido, em algum momento de sua vida, mais especificamente durante o ministerio de Jesus na terra teve um encontro com a mensagem do reino trazida por Cristo e que por algum motivo que desconhecemos ele veio a se afastar da mensagem que havia ouvido, e que convencido pelo poder do Senhor, veio a se arrepender momentos antes de sua morte, em um texto onde vemos a soberania e a misericórdia de Deus de uma forma tão grande que seria impossível não se sentir constrangido diante de tão grande amor.

Por Hamilton Fonseca


Uma análise sobre a polêmica passagem de Hebreus 6: 4-6



6:4 - O versículo 4 de Hebreus capítulo 6 é o cerne da advertência contra a apostasia. Ela se aplica a uma classe de pessoas que é impossível renovar para o arrependimento.

Aparentemente, essas pessoas tinham se arrependido uma vez (embora nenhuma menção fosse feita à sua fé em Cristo). Agora é explicitamente declarado que é impossível um arrependimento renovado.

Quem são essas pessoas? A resposta é dada nos versículos 4-5. Ao examinar os grandes privilégios que desfrutavam, é possível que todas essas coisas se apliquem aos não salvos. Nunca é declarado claramente que eles tivessem nascido de novo, e não se faz nenhuma menção a fatos essenciais, como a fé salvadora, a redenção pelo sangue de Cristo ou a vida eterna.

Uma vez eles tinham sido iluminados. Tinham ouvido o evangelho da graça de Deus. Não estavam na escuridão no que diz respeito ao caminho da salvação. Judas Iscariotes havia sido iluminado, mas rejeitou a luz.

Eles provaram o dom celestial. O Senhor Jesus é o dom celestial. Eles o tinham provado, mas nunca o receberam por um ato de fé definitivo. É possível provar sem comer ou beber. Quando os homens ofereceram a Jesus crucificado vinho misturado com fel, ele provou, mas não bebeu (Mt 27:34). Não é o suficiente provar Cristo se não comermos a carne do Filho do Homem e bebermos o seu sangue; ou seja, não temos vida em nós mesmos, a menos que verdadeiramente o recebamos como Senhor e Salvador (Jo 6:53).

Eles tinham se tornado participantes do Espírito Santo. Antes que concluamos que isso necessariamente sugere conversão, devemos lembrar que o Espírito Santo exerce um ministério de pré-conversão na vida dos homens. Ele santifica os incrédulos (1 Co 7:14), colocando-os em uma posição de privilégio exterior. Ele convence os incrédulos do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16:8); conduz os homens ao arrependimento e os indica a Cristo como única esperança. Os homens podem assim participar dos benefícios do Espírito Santo sem ser habitado por ele.

6:5 – Eles tinham provado a boa palavra de Deus. Quando ouviram a pregação do evangelho, estranhamente foram atraídos para ela. Eram como a semente que caiu sobre o solo rochoso; ouviram a palavra e imediatamente a receberam com alegria, mas não tinham raiz. Eles perseveraram por um tempo, mas, quando surgiu a tribulação ou a perseguição por causa da palavra, eles prontamente a abandonaram (Mt 13:20-21, NVI).

Eles tinham provado os poderes do mundo vindouro. Poderes aqui significa “milagres”. O mundo vindouro é o período do milênio, a futura era de paz e prosperidade quando Cristo reinará sobre a terra por mil anos. Os milagres que acompanharam a pregação do evangelho na primeira fase da Igreja (Hb 2:4) foram uma antecipação dos sinais e das maravilhas que acontecerão no reino de Cristo. 

Essas pessoas tinham testemunhado esses milagres no século I; devem ter participado deles de fato. Veja, por exemplo, os milagres dos pães e dos peixes. Depois de Jesus ter alimentado 5 mil pessoas, o povo o seguiu para o outro lado do mar. O salvador percebeu que, embora tivessem provado um milagre, eles realmente não acreditavam nele. Ele lhes disse: “Em verdade, em verdade vos digo: vós me procurais, não porque vistes sinais, mas porque comestes dos pães e vos fartastes” (Jo 6:26).

6:6Se eles caíram depois de desfrutar os privilégios enumerados há pouco, é impossível outra vez renová-los para arrependimento. Eles cometeram o pecado da apostasia. Alcançaram o lugar onde as luzes se apagam no caminho para o inferno.

A grande culpa dos apostatas é indicada pelas palavras visto que, de novo, estão crucificando para si mesmos o Filho de Deus e expondo-o à ignomínia. Isso significa um deliberado e malicioso desprezo a Cristo, não apenas uma desconsideração indiferente a ele. Indica uma traição concreta, uma junção de forças contra ele e a ridicularização de sua pessoa e obra. 


quarta-feira, 9 de maio de 2012

Eu perdi minha salvação?



Infelizmente é comum ouvirmos essa expressão no meio cristão, isso quando ela também não é usada por outras pessoas para dizerem: “Fulano perdeu a salvação”.

Gostaria de iniciar esse texto dizendo o seguinte: a salvação não é um objeto ou um chaveiro que cai acidentalmente do seu bolso fazendo com que você venha perdê-la. Por isso muito cuidado ao dizer “eu perdi minha salvação” ou “fulano perdeu a salvação dele”.

A segurança do cristão:

A segurança está baseada na graça de Deus e no fato de que a vida eterna é um dom eterno. Quando uma pessoa crê em Cristo, é levada a ter um relacionamento com Deus, que a certifica da segurança de sua salvação.

Obviamente isso é verdade somente para as pessoas que nasceram de novo. Há os que professam a fé, mas não possuem vida. Às vezes, é possível fazer um julgamento razoável (e até com acerto) de se determinada pessoa apenas professa ter ou se, de fato, possui a vida eterna. Outras vezes isso não é possível, devemos analisar se tal pessoa possui de fato os frutos do Espírito e leva uma vida de comunhão com Deus. A salvação do regenerado é garantida por seu relacionamento com Deus, por meio da fé.

1- Razões de segurança relacionadas ao Pai:

a) Seu propósito - O propósito de Deus era glorificar o mesmo grupo que Ele predestinou, chamou e justificou (Rm 8:30). Essa afirmação ousada não poderia ser feita se algum membro desse grupo pudesse perder a salvação. Se assim fosse, então aqueles que Deus justificou poderia não ser os mesmos que Ele glorificou. Contudo, o texto diz que são os mesmos.

b) Seu poder - Muitos concordariam que o poder de Deus é capaz de guardar o cristão (e de fato é, Jd 24), mas outros argumentam que esse poder será retirado se a pessoa renunciar a fé. Contudo, Jesus disse que estamos seguros em suas mãos e nas mãos do Pai, e que ninguém pode arrancar o cristão desse lugar de segurança (Jo 10:28,29).

“Ninguém” quer dizer ninguém, nem mesmo a própria pessoa. A promessa não diz “ninguém, a não ser a própria pessoa” pode tirar o cristão das mãos de Deus. Ela diz “ninguém”.

2- Razões de segurança relacionadas ao Filho:

a) Sua morte - Paulo faz duas perguntas em Romanos 8:33,34: “Quem intentará acusações contra os eleitos de Deus? [...] Quem os condenará?” Sua resposta, dizendo que ninguém pode fazê-lo, está baseada na morte, ressurreição, intercessão e advocacia de Cristo (v. 34). Se um pecado qualquer pode desfazer a salvação de um cristão, então a morte de Cristo não pagou por aquele pecado. Mas, segundo Paulo, ele pagou. O próprio Senhor disse que não perderia nenhum daqueles que o Pai lhe deu (Jo 6:39,40). Todo o que nele crê será ressuscitado no último dia, não somente o que crê e persevera.

b) Suas orações - O ministério atual de Cristo de intercessão nos céus possui dois aspectos: um ministério preventivo (intercessão) e um ministério curativo (advocatício). Sua oração em João 17 ilustra o aspecto preventivo.

Naquele momento, Jesus orou para que fôssemos guardados do mal (v. 15), santificados (v.17), para que pudéssemos ficar unidos (v. 21), para que estivéssemos com Ele no céu (v. 24) e que contemplássemos sua glória (v. 24). Por causa de sua constante intercessão por nós, ele é capaz de nos salvar completa e eternamente (Hb 7:25).

A defesa de Jesus entra em ação quando pecamos (1 Jo 2:1). Eu insisto, se qualquer pecado pode desfazer a salvação (e, em tese, qualquer um poderia), então Satanás sempre teria uma causa ganha contra o cristão, quando pecasse (Ap 12:10). Poderia, com justiça, exigir a condenação eterna do cristão e, se não fosse pelo nosso advogado, estaríamos condenados.

Porém, o Senhor aponta para sua obra no Calvário, que removeu a culpa de todos nossos os pecados, aqueles cometidos antes e depois de nossa salvação. Isso é o bastante para responder às acusações satânicas. É como diz o poema:

Eu pequei. E imediatamente depois,
Satanás voou para diante da presença do Deus Altíssimo.
E ali ele fez uma acusação injuriosa.
Ele disse: “Essa alma, coisa feita de barro e relva, pecou.
É verdade que ele carrega vosso nome.
Mas exijo sua morte, pois tu mesmo disseste:
“A alma que pecar, essa morrerá”.
Não será essa sentença cumprida? Está morta a justiça?
Envie agora essa alma pecadora a seu destino.
Que outra coisa pode fazer o justo juiz?”
E assim ele fez, me acusando dia e noite.
Toda palavra que ele disse, ó Deus, era verdade!
Então, rapidamente alguém se levantou da destra de Deus.
Diante dessa glória os anjos esconderam suas faces.
Ele falou: “Cada i e til da lei deve ser cumprido;
O pecador culpado deve morrer!
Mas espere, suponha que toda sua culpa fosse transferida para mim,
E eu tivesse pago a sua penalidade!
Veja minhas mãos, meu lado, meus pés! Um dia eu fui feito pecado por ele.
Morri para que ele pudesse ser apresentado sem culpa, diante de teu trono!”
E Satanás fugiu. Ele bem sabia que não poderia suportar tanto amor,
Pois cada palavra dita pelo meu querido Senhor era verdade! – (Martha Snell Nicholson)

3- Razões de segurança relacionadas ao Espírito:

a) Ele regenera - Se nascemos de novo pelo Espírito quando cremos, e se podemos perder a salvação ao renunciar a fé, esse novo nascimento também estaria perdido.

b) Ele habita - Se a salvação pudesse ser perdida, então a presença do Espírito na vida do cristão seria removida. O cristão ficaria desabitado.

c) Ele batiza - O Espírito une o cristão ao corpo de Cristo quando crê (1 Co 12:13). Portanto, se a salvação pudesse ser perdida, o cristão precisaria ser arrancado do corpo de Cristo.

d) Ele sela - O Espírito sela o cristão até o dia da redenção (Ef 4:30). Se a salvação pode ser perdida, então seu selo não dura até o dia da redenção, mas somente até o dia do pecado, ou da apostasia, ou ainda da incredulidade.

É claro que não há base bíblica para a perda do novo nascimento pelo cristão, nem para o fato de ficar desabitado, ou ser removido do corpo de Cristo (mutilando assim seu corpo), ou ainda ter o selo removido. A salvação é eterna e completamente segura para todos os que creem.

Em resumo: os cristãos pecam e são advertidos contra uma falsa profissão de fé e imaturidade cristã, mas, uma vez concedido, Deus jamais toma de volta o dom de sua salvação.

Os cristãos nem sempre perseveraram em piedade. Pedro não o fez (Gl 2:11). Muitos cristãos de Éfeso tão pouco conseguiram (At 19:18). Ló também não (2 Pe 2:7). No tribunal de Cristo, algumas obras serão queimadas e alguns serão salvos “como que pelo fogo” (1 Co 3:15).

Mesmo que cada cristão produza algum fruto (1 Co 4:5), fica difícil, se não impossível, precisar a quantidade e a qualidade do que cada um apresentará. Por isso, é difícil fazer qualquer juízo da condição espiritual de cada um.

Conclusão:

A salvação é um ato da soberania de Deus e não da capacidade humana de se santificar e, por conseguinte através de seus esforços conquistá-la.

Você não pode perder aquilo que não vem de você, que não pertence a você. A salvação não pertence a você (no sentido de você tê-la conquistado e que por isso tem o domínio sobre ela), ela é algo que provém de Deus, da soberania de Deus e que pertence a Deus, e Deus, pela sua graça nos salva, e isto não vem de nós, é dom de Deus (Ef 2:8).

Por isso, quando você diz que “perdeu sua salvação”, automaticamente você está dizendo que perdeu algo que não vem de você e que não está sobre o seu controle ou domínio, e isso faz com que você negligencie a soberania de Deus na salvação humana, desprezando assim o sacrifício vicário de Jesus pelos nossos pecados e colocando o homem como o controlador do seu destino.

Obs: Recomendo que você procure nesse mesmo blog um artigo que publiquei sobre a predestinação, para que você possa entender mais sobre esse assunto soteriológico

Bibliografia:

Ryrie, Charles Caldwell, 1925 – Teologia Básica – Ao alcance de todos – São Paulo: Mundo Cristão, 2004

Bíblia Sagrada


sábado, 5 de maio de 2012

O “de repente” de Deus



Várias são as passagens nas Escrituras que nos mostram Deus agindo de forma repentina, quando ninguém menos esperava, Deus ia lá e fazia acontecer. Vejamos alguns exemplos:

"E DE REPENTE veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados." Atos 2:2

"E DE REPENTE sobreveio um tão grande terremoto, que os alicerces do cárcere se moveram, e logo se abriram todas as portas, e foram soltas as prisões de todos." Atos 16:26


"Ora, aconteceu que, indo eu já de caminho, e chegando perto de Damasco, quase ao meio-dia, DE REPENTE me rodeou uma grande luz do céu." Atos 22:6 


"E, DIZENDO PEDRO AINDA estas palavras, caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra." Atos 10:44


Verdadeiramente servimos a um Deus de surpresas, que opera quando menos esperamos. Esta devia ser a motivação maior para não esmorecermos em meio as dificuldades e lutas que enfrentamos diariamente. Por isso, não desanime, que o seu coração não se turbe, clame a Deus com súplicas e ações de graças, pois, quem sabe, não é hoje o dia do DE REPENTE de Deus na sua vida?!