segunda-feira, 30 de julho de 2012

O calvário não foi um acidente!



Muitos pensam que o calvário foi um acidente. Pensam que o calvário foi uma tentativa desesperada de Deus em querer concertar o erro cometido pelo homem no Éden. Não! Deus não pode ser surpreendido pelas forças satânicas e muito menos pela ação humana.

A cruz de Cristo é pré-histórica, o apostolo João no livro de Apocalipse disse que Jesus é o Cordeiro que foi morto antes da fundação do mundo (Ap 13:8). Antes dos pilares da terra serem estabelecidos, a cruz de Cristo já havia sido erguida como um sinal da redenção do homem.

Quando o homem entende que Deus é Soberano e está no controle de todas as coisas, ele pode seguir o conselho do salmista no salmo 37:8 e “descansar no SENHOR”.

Deus não pode ver Seus planos serem frustrados (Jó 42:2), toda palavra que sai de Sua boca prospera naquilo que foi enviada (Is 55:11). Até mesmo a ação de Satanás deve passar pela Soberania da permissão de Deus, vemos isso em todo o livro de Jó, especialmente nos capítulos 1 e 2. Deus é Soberano!

Conclusão:


"Se o Cordeiro foi imolado antes da fundação do mundo, significa que a criação acontece no ambiente da redenção; e não a redenção no ambiente da criação..." Caio Fabio   

Por mais difíceis que os problemas pareçam ser, devemos ter a consciência de que servimos um Deus que é Soberano, um Deus que rege Sua criação com destreza e perfeição.

O nosso papel não é o de temer o mal, mas temer a Deus (Mt 10:28b). Temê-lo não no sentido de ter medo, mas de respeitá-Lo e render-Lhe Glória (Ap 14:7).

Confia no SENHOR e faze o bem; habitarás na terra, e verdadeiramente serás alimentado.

Deleita-te também no SENHOR, e te concederá os desejos do teu coração.

Entrega o teu caminho ao SENHOR; confia nele, e ele o fará.

E ele fará sobressair a tua justiça como a luz, e o teu juízo como o meio-dia.

Descansa no SENHOR, e espera nele...”  Salmo 37:3-7




Por Hamilton Fonseca


sábado, 21 de julho de 2012

O que é Teologia Reformada?



A teologia reformada recebe seu nome da reforma protestante do século XVI, com suas ênfases teológicas distintas, mas é teologia solidamente baseada na própria bíblia. Os crentes na tradição reformada têm em alta consideração as contribuições especificas com as de Martinho Lutero, John Knox e, particularmente, de João Calvino, mas eles também encontram suas fortes distinções nos gigantes da fé que os antecederem, tais como Anselmo e Agostinho e principalmente nas cartas de Paulo e nos ensinamentos de Jesus Cristo.

Os cristãos reformados sustentam as características de todos os cristãos, incluindo a trindade, a verdadeira divindade e a verdadeira humanidade de Jesus Cristo, a necessidade do sacrifício de Jesus pelo pecado, a igreja como uma instituição divinamente estabelecida, a inspiração da bíblia, a exigência para que os cristãos tenham uma vida reta e a ressurreição do corpo. Eles sustentam outras doutrinas em comum com os cristãos evangélicos, tais como a justificação somente pela fé, a necessidade do novo nascimento, o retorno pessoal e visível de Jesus Cristo e a Grande Comissão.

O que, então, é distinto a respeito da teologia reformada?

1. A Doutrina das Escrituras.

O compromisso da reforma para com a Escritura enfatiza a inspiração, autoridade e suficiência da bíblia. Uma vez que a bíblia é a palavra de Deus e, portanto, tem a autoridade do próprio Deus, os reformadores afirmam que essa autoridade é superior àquela de todos os governos e de todas as hierarquias da Igreja.

Essa convicção deu aos crentes reformados a coragem para enfrentar a tirania e fez da teologia reformada uma força revolucionária na sociedade. A suficiência das Escrituras significa que ela não necessita ser suplementada por uma revelação nova ou especial. A bíblia é o guia completamente suficiente para aquilo que nós devemos crer e para como nós devemos viver como cristãos.

Os reformadores, em particular João Calvino, enfatizaram o modo como a Palavra escrita, objetiva, e o ministério interior sobrenatural do Espírito Santo trabalham juntos, e o Espírito Santo iluminando a Palavra para o povo de Deus.

A Palavra sem a iluminação do Espírito Santo mantém-se como um livro fechado. A suposta condução do Espírito sem a Palavra leva a erros e excessos. Os reformadores também insistiam sobre o direito de os crentes estudarem as Escrituras por si mesmos. Ainda que não negando o valor de mestres capacitados, eles compreenderam que a clareza das Escrituras em assuntos essenciais para a salvação torna a bíblia propriedade de todo crente. 

Com esse direito de acesso, sempre vem a responsabilidade sobre a interpretação cuidadosa e precisa.

2. A Soberania de Deus.

Para a maioria dos reformadores, o principal e o mais distinto artigo do credo é a soberania de Deus. Soberania significa que Deus governa sua criação com absoluto poder e autoridade. Ele determina o que vai acontecer, e acontece. Deus não fica alarmado, frustrado ou derrotado pelas circunstancias, pelo pecado ou pela rebeldia de suas criaturas.

3. As Doutrinas da Graça.

A Teologia Reformada enfatiza as doutrinas da graça.

Depravação Total: Isso não quer dizer que todas as pessoas são tão más quanto elas poderiam ser. Significa, antes, que todos os seres humanos são afetados pelo pecado em todo campo do pensamento e da conduta, de forma que nada do que vem de alguém, separado da graça regeneradora de Deus, pode agradá-lo. À medida que nosso relacionamento com Deus é afetado, nós somos tão destruídos pelo pecado, que ninguém consegue atender adequadamente Deus ou os caminhos de Deus. Tampouco somos nós que buscamos Deus, e, sim, é Ele quem primeiramente age dentro de nós para levar-nos a agir assim.

Eleição Incondicional: Uma ênfase na eleição incomoda muitas pessoas, mas o problema que as preocupa não é realmente a eleição; diz respeito a depravação. Se os pecadores são tão desamparados em sua depravação, como a bíblia diz que são incapazes de conhecer Deus e relutantes em buscá-lo, então, o único meio pelo qual eles podem ser salvos é quando Deus toma a iniciativa de mudá-los e salvá-los. É isso que significa a eleição. É Deus escolhendo salvar aqueles que, sem Sua soberana escolha e subseqüente ação, certamente pereceriam.

Expiação Limitada: O nome é, potencialmente, enganoso, pois ele parece sugerir que os reformadores desejam de alguma forma limitar o valor da morte de Cristo. Não é o caso. O valor da morte de Cristo é infinito. A questão é saber qual é o propósito da morte de Cristo e o que Ele realizou com ela. Cristo pretendia fazer da salvação algo não mais que possível? 

Ou Ele realmente salvou aqueles por quem ele morreu? A teologia reformada acentua que Jesus realmente fez propiciação pelos pecados daqueles a quem o Pai escolhera. 

Ele realmente aplacou a ira de Deus para com se povo, assumindo sua culpa sobre si mesmo, redimindo-os verdadeiramente e reconciliando verdadeiramente aquelas pessoas especificas com Deus. Um nome melhor para expiação “limitada” seria redenção “particular” ou “especifica”.

Graça Irresistível: Abandonados em nós mesmos, nós resistimos à graça de Deus. Mas, quando Deus age em nosso coração, regenerando-nos e criando uma vontade renovada, então, o que antes era indesejável torna-se altamente desejável, e voltamo-nos para Jesus da mesma forma como antes fugíamos dele. Pecadores arruinados resistem à graça de Deus, mas a sua graça regeneradora é efetiva. Ela supera o pecado e realiza os desígnios de Deus.

Perseverança dos Santos: Um nome melhor seria “a perseverança de Deus com os santos”, mas ambas as ideias estão realmente juntas. Deus persevera conosco, protegendo-nos de deixar a fé, que certamente aconteceria se Ele não estivesse conosco. Mas, porque ele persevera, nós também perseveramos. Na realidade, perseverança é a prova definitiva de eleição. Nós perseveramos porque Deus nos preserva da completa e final separação dEle.

O Mandato Cultural: A Teologia Reformada também enfatiza o mandato cultural ou a obrigação de os cristãos viverem ativamente em sociedade e de trabalharem para a transformação do mundo e suas culturas. Os Reformadores tiveram varias perspectivas nessa área, dependendo da extensão como acreditam que tal transformação seja possível. Mas, no geral, eles concordam com duas coisas. Primeira, nós somos chamados para estar no mundo e não para nos afastarmos dele. Isso separa os reformadores crentes do monasticismo. 

Segunda, nós devemos alimentar os famintos, vestir os despidos e visitar os prisioneiros. 

Mas as principais necessidades das pessoas ainda são espirituais, e a obra social não é substituto adequado para a evangelização. Na verdade, o empenho em ajudar as pessoas só será verdadeiramente eficiente se seu coração e mente forem transformados pelo evangelho. Isso separa os crentes reformadores do simples humanitarismo.

Tem-se alegado que, para a Teologia Reformada, qualquer pessoa que crê e faça parte da linha reformada perderá toda a motivação para a evangelização. “Se Deus vai agir, porque devo me preocupar?”, mas não é assim que funciona. É porque Deus executa a obra que nós podemos ter coragem de nos unirmos a Ele, da forma como Ele nos ordena a agir. Nós agimos assim alegremente, sabendo que nossos esforços jamais serão em vão.


Autor: James Montgomery Boice. Texto extraído da Bíblia de Genebra.