6:4 - O
versículo 4 de Hebreus capítulo 6 é o cerne da advertência contra a apostasia.
Ela se aplica a uma classe de pessoas que é impossível renovar para o
arrependimento.
Aparentemente, essas pessoas
tinham se arrependido uma vez (embora nenhuma menção fosse feita à sua fé em Cristo). Agora é
explicitamente declarado que é impossível um arrependimento renovado.
Quem são essas pessoas? A
resposta é dada nos versículos 4-5. Ao examinar os grandes privilégios que
desfrutavam, é possível que todas essas coisas se apliquem aos não salvos.
Nunca é declarado claramente que eles tivessem nascido de novo, e não se faz
nenhuma menção a fatos essenciais, como a fé salvadora, a redenção pelo sangue
de Cristo ou a vida eterna.
Uma
vez
eles tinham sido iluminados. Tinham
ouvido o evangelho da graça de Deus. Não estavam na escuridão no que diz
respeito ao caminho da salvação. Judas Iscariotes havia sido iluminado, mas
rejeitou a luz.
Eles provaram o dom celestial. O Senhor Jesus é o dom celestial. Eles o
tinham provado, mas nunca o receberam por um ato de fé definitivo. É possível provar
sem comer ou beber. Quando os homens ofereceram a Jesus crucificado vinho
misturado com fel, ele provou, mas não bebeu (Mt 27:34). Não é o suficiente
provar Cristo se não comermos a carne do Filho do Homem e bebermos o seu sangue;
ou seja, não temos vida em nós mesmos, a menos que verdadeiramente o recebamos
como Senhor e Salvador (Jo 6:53).
Eles tinham se tornado participantes do Espírito Santo. Antes que concluamos que isso
necessariamente sugere conversão, devemos lembrar que o Espírito Santo exerce
um ministério de pré-conversão na vida dos homens. Ele santifica os incrédulos
(1 Co 7:14), colocando-os em uma posição de privilégio exterior. Ele convence
os incrédulos do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16:8); conduz os homens ao
arrependimento e os indica a Cristo como única esperança. Os homens podem assim
participar dos benefícios do Espírito Santo sem ser habitado por ele.
6:5 –
Eles tinham provado a boa palavra de
Deus. Quando ouviram a pregação do evangelho, estranhamente foram atraídos para
ela. Eram como a semente que caiu sobre o solo rochoso; ouviram a palavra e
imediatamente a receberam com alegria, mas não tinham raiz. Eles perseveraram
por um tempo, mas, quando surgiu a tribulação ou a perseguição por causa da
palavra, eles prontamente a abandonaram (Mt 13:20-21, NVI).
Eles tinham provado os poderes do mundo vindouro. Poderes aqui significa “milagres”. O mundo vindouro é o período do milênio,
a futura era de paz e prosperidade quando Cristo reinará sobre a terra por mil
anos. Os milagres que acompanharam a pregação do evangelho na primeira fase da
Igreja (Hb 2:4) foram uma antecipação dos sinais e das maravilhas que acontecerão
no reino de Cristo.
Essas pessoas tinham testemunhado esses milagres no século I;
devem ter participado deles de fato. Veja, por exemplo, os milagres dos pães e
dos peixes. Depois de Jesus ter alimentado 5 mil pessoas, o povo o seguiu para
o outro lado do mar. O salvador percebeu que, embora tivessem provado um
milagre, eles realmente não acreditavam nele. Ele lhes disse: “Em verdade, em verdade vos digo: vós me
procurais, não porque vistes sinais, mas porque comestes dos pães e vos
fartastes” (Jo 6:26).
6:6 – Se eles caíram depois de desfrutar os
privilégios enumerados há pouco, é impossível outra vez renová-los para arrependimento. Eles cometeram o pecado
da apostasia. Alcançaram o lugar onde as luzes se apagam no caminho para o
inferno.
A grande culpa dos apostatas
é indicada pelas palavras visto que, de
novo, estão crucificando para si mesmos o Filho de Deus e expondo-o à ignomínia.
Isso significa um deliberado e malicioso desprezo a Cristo, não apenas uma
desconsideração indiferente a ele. Indica uma traição concreta, uma junção de
forças contra ele e a ridicularização de sua pessoa e obra.
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