“Quem fecha os ouvidos aos clamores dos pobres será ignorado quando passar necessidade”. (Provérbios 21.13)
Desprezar o pobre é desprezar a Deus. Tapar os olhos e os ouvidos a necessidade do aflito é acumular juízo sobre a cabeça. Cristo Jesus não terá por inocente os que agem desta maneira (Mt 25.31-46).
O estilo de vida egoísta desagrada seriamente ao SENHOR. Estamos falando de um Deus que deu o seu próprio Filho para salvar o pecador, então, como você acha que este Deus, Todo bondoso e gracioso irá agir quando te ver tapar os ouvidos e os olhos a necessidade alheia? Que tipo de sentimento você acha que o Deus de amor terá ao te ver atravessar a rua apenas para não cruzar com o moribundo/pedinte? Não se engane! A lei da semeadura foi estabelecida pelo próprio Deus (Gl 6.7). O que se planta, se colhe.
Será perda de tempo clamar por misericórdia se você nunca foi alguém misericordioso. Será inútil o seu pedido de socorro se as suas mãos sempre estiveram recolhidas. O pobre chora, e Deus ouve. A viúva geme, e Deus se levanta. Fica muito claro nas páginas das Escrituras que cuidar dos necessitados é algo muito importante para o SENHOR, e “quem fecha os olhos para não vê-los sofrerá muitas maldições”. (Pv 28.27)
O que fazer, então? Antes de entrar neste ponto, me deixe te dizer o que NÃO fazer. Bem, se existe algo que você não deve fazer, como já foi dito até aqui, é ser omisso, desinteressado e negligente com a causa do necessitado. Entenda, você não será tido por inocente se fizer isso. Mas voltando a questão anterior, o que eu devo fazer, então? Qual deve ser a minha postura em relação ao aflito? Veja bem, do que Jesus se queixa em Mateus 25.31-46? Nesta passagem, ele está se dirigindo de forma condenatória a aqueles que “o viram com fome, e não lhe deram de comer”, que o “viram com sede, e não lhe deram de beber”, que o “viram nu, e não lhe vestiram”... Ou seja, o juízo de Cristo sobre essas pessoas se dá ao fato delas serem justamente o tipo de gente que o versículo de abertura deste texto condena. São aqueles que tapam os olhos e os ouvidos a causa do necessitado. Aqueles que vivem para satisfazer os próprios deleites. Mas veja só, é preciso deixar algo muito claro aqui. Você não será salvo pelas suas boas obras, por suas boas ações, pela sua caridade, ou por ser algum tipo de filantrópico que deixará toda a sua fortuna para os pobres. Não! A salvação pertence única e exclusivamente a Deus, e ela se dá pela graça, mediante a fé em Jesus Cristo. E isso não vem de você, isso é dom de Deus (Jn 2.9; Ef 2.8-10). A questão aqui não é essa, não confunda as coisas. Você não será salvo por fazer isso, mas você certamente não é um cristão verdadeiro, se as despreza.
Certamente existem os oportunistas, os charlatões, os falsos necessitados, aqueles que usam da pobreza e da miséria como nada mais do que uma oportunidade para o ócio. Sabemos também que existem métodos e meios muito melhores para se ajudar um verdadeiramente necessitado do que apenas lhe dando um pedaço de pão. Este é muita das vezes um caminho “mais fácil”, apesar de também ser necessário. Mas não é sobre isso que gostaria de tratar neste texto, talvez este seja um assunto para um outro momento aqui no blog. Mas se quiser saber mais sobre isso, recomendo o livro: “A máfia dos mendigos, como a caridade aumenta a miséria”, do pastor Yago Martins.
Concluindo, não coloque o seu coração nos tesouros desse mundo, onde a traça e a ferrugem consomem, e onde os ladrões vêm e roubam. Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam (Mt 6.19-21). Não viva de forma egoísta, satisfazendo apenas os seus próprios interesses, seja uma pessoa empática, ame o seu próximo, chore com ele, ria com ele, e faça tudo isso não por querer buscar algum tipo de satisfação ou justiça pessoal, mas faça isso por amor e temor a Deus, amando-o acima de tudo, sabendo que Ele se agrada dessas coisas, sabendo também que Ele cuida daqueles que cuidam. Faça isso também por amor ao seu próximo, por que é amando ele que você será reconhecido como um verdadeiro discípulo de Jesus Cristo (Jo 13.35).
Por Hamilton Fonseca.