No princípio de tudo, o Deus Trino, imensurável e eterno, decidiu criar o universo, a Terra e, mais especificamente, um povo que refletisse Sua imagem e semelhança, com o qual Ele se relacionaria. Não porque tivesse qualquer carência ou necessidade, mas porque é um Deus gracioso e cheio de amor. Ele não precisa da glória humana, pois já era glorificado antes mesmo da criação existir (Jo 17:5).
Esse Deus colocou a eternidade no coração do homem (Ec 3:11-12) de tal forma que a percepção de que existe algo além e acima de tudo o que conhecemos é inata à humanidade. No entanto, por causa do pecado (Rm 1), essa maravilhosa compreensão do Deus imensurável foi obscurecida, e somente pelo poder vivificador do Seu Espírito Santo pode ser restaurada (Jo 16:8).
Assim, a glória desse Deus foi substituída por aquilo que Ele criou. Os homens passaram a adorar a criatura em vez do Criador, desviando seus corações para falsos deuses e ídolos feitos por suas próprias mãos. (Rm 1)
Desde os tempos mais antigos, povos e culturas ao redor do mundo experimentam esse vazio existencial e carregam dentro de si uma percepção inata do divino. Como foram criados à imagem e semelhança de Deus (Gn 1-3), mesmo sem conhecê-Lo verdadeiramente, tentaram preencher essa lacuna espiritual criando para si divindades, atribuindo-lhes culto e adoração. Mesmo em sua ignorância e pecado, reconheceram que existe algo maior do que aquilo que podem ver e tocar (Rm 1-2). Por isso, ergueram estátuas, templos e símbolos aos quais se curvam, dizendo: "Estes são os nossos deuses, e a eles adoraremos." (Êx 32:4)
Não é incomum, portanto, encontrarmos povos e culturas que prestam culto a uma infinidade de divindades, muitas vezes sem jamais terem ouvido falar de Jesus Cristo ou do Deus revelado nas Escrituras. Mas de onde vem essa necessidade de adorar algo superior? A resposta é clara: Deus colocou a eternidade no coração do homem (Ec 3:11-12). Criados para a comunhão com seu Criador, mas separados d'Ele pelo pecado de Adão e por seus próprios pecados (Gn 3; Rm 1-3), os seres humanos carregam uma intuição natural da existência de Deus. Contudo, ao tentarem restaurar essa conexão de maneira errada, acabam adorando falsos deuses ou transformando a criação em objeto de culto.
Entretanto, há apenas um caminho para que essa comunhão seja verdadeiramente restabelecida. Há apenas uma porta que conduz à reconciliação entre Deus e o homem: Jesus Cristo, o Filho de Deus (At 4:12; Hb 9:15; 1Tm 2:5).
Se o primeiro Adão pecou e trouxe juízo sobre toda a humanidade, o segundo Adão, Jesus Cristo, veio para trazer reconciliação por meio de Seu sangue precioso (1Co 15:22). Assim, todo aquele que O recebe como único e suficiente Senhor e Salvador recebe o direito legal de ser chamado filho de Deus (Jo 1:12). A partir desse momento, essa pessoa é reconciliada com Deus, não por sua própria justiça, mas pela justiça de Cristo, que lhe é imputada (Fp 3). Dessa forma, nenhuma condenação mais existe sobre sua vida (Rm 8:1).
"Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Porque com o coração se crê para justiça e com a boca se confessa a respeito da salvação. Porquanto a Escritura diz: Todo aquele que nele crê não será envergonhado. Pois não há distinção entre judeu e grego, uma vez que o mesmo é o Senhor de todos, rico para com todos os que o invocam. Porque: Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo." (Rm 10:9-13).
Por Hamilton Fonseca