“As
obras da providência de Deus são a sua maneira muito santa, sábia e poderosa de
preservar e governar todas as ações delas” (Breve Catecismo de
Westminster, p. 11).
Se a criação do mundo foi um exercício único da energia
divina que criou todas as coisas, a providencia é um exercício continuado da
mesma energia. Por meio dela o Criador, de acordo com sua própria vontade,
preserva todas as criaturas, envolve-se em todos os acontecimentos e dirige
todas as coisas aos seus fins determinados. Deus está totalmente no comando do
seu mundo. Sua mão pode estar escondida, mas seu governo perfeito abrange todas
as coisas.
Imagina-se, às vezes, que
Deus conhece o futuro, mas não tem controle sobre ele; que ele sustenta o
mundo, mas não interfere nele, ou que ele dá ao mundo uma direção geral, mas não
se preocupa com detalhes. A bíblia, enfaticamente, rejeita todas essas
limitações de sua providência.
A bíblia ensina, claramente,
o controle providencial de Deus:
1- Sobre o universo em geral (Sl 103:19; Dn 4:35; Ef 1:11)
2- Sobre o mundo físico (Jó 37; Sl 104:14; 135:6; Mt 5:45)
3- Sobre a criação irracional (Sl 104:21,28; Mt 6:26; 10:29)
4- Sobre os negócios das nações (Jó 12:23; Sl 22:28; 66:7; At 17:26)
5- Sobre o nascimento e destino na vida do homem (1Sm 16:1; Sl 139:16;
Is 45:5; Gl 1:15-16)
6- Sobre o sucesso externo e fracassos na vida do homem (Sl 75:6-7; Lc
1:52)
7- Sobre coisas aparentemente acidentais ou insignificantes (Pv 16:33;
Mt 10:30)
8- Na proteção dos justos (Sl 4:8; 5:12; 63:8; 121:3; Rm 8:28)
9- Em suprir as necessidades do seu povo (Gn 22:8,14; Dt 8:3; Fp 4:19)
10- Em responder as orações (1Sm 1:19; Is 20:5-6; 2Cr 33:13; Sl 65:2;
Mt 7:7; Lc 18:7-8)
11- No desmascaramento e punição do ímpio (Sl 7:12-13; 11:6)
(L.
Berkhof, Systematic Theology, 2ª edição revista [Grand Rapids: Wm. B. Eerdmans
Publishing Co., 1941], p.168).
Descrever o envolvimento de
Deus no mundo e nos atos das criaturas racionais exige considerações
complementares. Por exemplo, uma pessoa deseja uma ação, um evento é produzido
por causas naturais ou Satanás mostra sua mão – Contudo, Deus anula. Além
disso, pessoas podem ir contra a vontade do mandamento de Deus – contudo,
cumprem sua vontade nos acontecimentos. O motivo das pessoas pode ser mau –
contudo Deus usa suas ações para o bem (Gn 50:20, At 2:23).
Embora o pecado humano
esteja sobre o decreto de Deus, Deus não é o autor do pecado (Tg 1:13-17).
O envolvimento “concorrente”
ou “confluente” de Deus em tudo o que ocorre não viola a ordem natural, os
processos naturais em andamento ou a ação livre e responsável dos seres
humanos. O controle soberano de Deus não anula a responsabilidade e o poder das
segundas causas; ao contrário, essas causas foram criadas e exercem suas
funções por determinação divina.
Dos males que contaminam o
mundo de Deus (males espirituais, morais e físicos), a bíblia diz: Deus permite o mal (At 14:16); usa o mal como uma punição (Sl
81:11-12; Rm 1:26-32); do mal tira o bem
(Gn 50:20; At 2:23; 4:27-28; 13:27; 1Co 2:7-8); usa o mal para testar e disciplinar aqueles a que ama (Mt 4:1-11;
Hb 12:4-14); um dia, porém, Deus redimirá totalmente seu povo do poder e da
presença do mal (Ap 21:27; 22:14-15).
A doutrina da providência
ensina aos cristãos que eles nunca estão presos a sorte cega, à casualidade, ao
acaso ou ao destino. Tudo o que lhes acontece é divinamente planejado, e cada
acontecimento chega como um novo convite a confiar, a obedecer e a
regozijar-se, sabendo que todas as coisas ocorrem para o seu bem espiritual e
eterno (Rm 8:28).
Bibliografia:
Bíblia de Estudo de Genebra
Breve Catecismo de Westminster, p. 11
L. Berkhof, Systematic Theology, 2ª edição revista [Grand Rapids: Wm. B. Eerdmans Publishing Co., 1941], p.168
Bibliografia:
Bíblia de Estudo de Genebra
Breve Catecismo de Westminster, p. 11
L. Berkhof, Systematic Theology, 2ª edição revista [Grand Rapids: Wm. B. Eerdmans Publishing Co., 1941], p.168
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