sábado, 12 de maio de 2012

Uma análise sobre a polêmica passagem de Hebreus 6: 4-6



6:4 - O versículo 4 de Hebreus capítulo 6 é o cerne da advertência contra a apostasia. Ela se aplica a uma classe de pessoas que é impossível renovar para o arrependimento.

Aparentemente, essas pessoas tinham se arrependido uma vez (embora nenhuma menção fosse feita à sua fé em Cristo). Agora é explicitamente declarado que é impossível um arrependimento renovado.

Quem são essas pessoas? A resposta é dada nos versículos 4-5. Ao examinar os grandes privilégios que desfrutavam, é possível que todas essas coisas se apliquem aos não salvos. Nunca é declarado claramente que eles tivessem nascido de novo, e não se faz nenhuma menção a fatos essenciais, como a fé salvadora, a redenção pelo sangue de Cristo ou a vida eterna.

Uma vez eles tinham sido iluminados. Tinham ouvido o evangelho da graça de Deus. Não estavam na escuridão no que diz respeito ao caminho da salvação. Judas Iscariotes havia sido iluminado, mas rejeitou a luz.

Eles provaram o dom celestial. O Senhor Jesus é o dom celestial. Eles o tinham provado, mas nunca o receberam por um ato de fé definitivo. É possível provar sem comer ou beber. Quando os homens ofereceram a Jesus crucificado vinho misturado com fel, ele provou, mas não bebeu (Mt 27:34). Não é o suficiente provar Cristo se não comermos a carne do Filho do Homem e bebermos o seu sangue; ou seja, não temos vida em nós mesmos, a menos que verdadeiramente o recebamos como Senhor e Salvador (Jo 6:53).

Eles tinham se tornado participantes do Espírito Santo. Antes que concluamos que isso necessariamente sugere conversão, devemos lembrar que o Espírito Santo exerce um ministério de pré-conversão na vida dos homens. Ele santifica os incrédulos (1 Co 7:14), colocando-os em uma posição de privilégio exterior. Ele convence os incrédulos do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16:8); conduz os homens ao arrependimento e os indica a Cristo como única esperança. Os homens podem assim participar dos benefícios do Espírito Santo sem ser habitado por ele.

6:5 – Eles tinham provado a boa palavra de Deus. Quando ouviram a pregação do evangelho, estranhamente foram atraídos para ela. Eram como a semente que caiu sobre o solo rochoso; ouviram a palavra e imediatamente a receberam com alegria, mas não tinham raiz. Eles perseveraram por um tempo, mas, quando surgiu a tribulação ou a perseguição por causa da palavra, eles prontamente a abandonaram (Mt 13:20-21, NVI).

Eles tinham provado os poderes do mundo vindouro. Poderes aqui significa “milagres”. O mundo vindouro é o período do milênio, a futura era de paz e prosperidade quando Cristo reinará sobre a terra por mil anos. Os milagres que acompanharam a pregação do evangelho na primeira fase da Igreja (Hb 2:4) foram uma antecipação dos sinais e das maravilhas que acontecerão no reino de Cristo. 

Essas pessoas tinham testemunhado esses milagres no século I; devem ter participado deles de fato. Veja, por exemplo, os milagres dos pães e dos peixes. Depois de Jesus ter alimentado 5 mil pessoas, o povo o seguiu para o outro lado do mar. O salvador percebeu que, embora tivessem provado um milagre, eles realmente não acreditavam nele. Ele lhes disse: “Em verdade, em verdade vos digo: vós me procurais, não porque vistes sinais, mas porque comestes dos pães e vos fartastes” (Jo 6:26).

6:6Se eles caíram depois de desfrutar os privilégios enumerados há pouco, é impossível outra vez renová-los para arrependimento. Eles cometeram o pecado da apostasia. Alcançaram o lugar onde as luzes se apagam no caminho para o inferno.

A grande culpa dos apostatas é indicada pelas palavras visto que, de novo, estão crucificando para si mesmos o Filho de Deus e expondo-o à ignomínia. Isso significa um deliberado e malicioso desprezo a Cristo, não apenas uma desconsideração indiferente a ele. Indica uma traição concreta, uma junção de forças contra ele e a ridicularização de sua pessoa e obra. 


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